sábado, 3 de julho de 2010

Alguns dias depois...

Os dias no convento foram passando, aquele lugar não era tão ruim como eu pensava, afinal não ter que usar calcinha por baixo do hábito já é uma boa coisa.
Fiz amizade com todas as irmãs e noviças que haviam por ali, sempre fui uma mulher de muitas amizades, incrível como todo mundo quer ser meu amigo.
Lucineuda vivia comigo para cima e para baixo, éramos um grude só, fazíamos tudo juntas. Mas uma amizade verdadeira e sem interesses incomoda muita gente e a nossa amizade começou a incomodar Irmã do Céu.
Irmã do Céu era uma coisa de outro mundo. Essa com toda certeza do mundo nunca tinha visto uma bilola.
Vai ver que era por isso que era tão amargurada, ser apertadinha incomoda um pouco, ser apertadíssima então...
Irmã do Céu começou a nos perseguir e para me sacanear me colocou para fazer os serviços de cozinha e colocou Lucineuda para fazer a faxina nos banheiros.
Eu não sei o que era pior, cozinhar para aquelas mulheres ávidas por carne – todo tipo de carne – ou limpar as cacas que elas faziam nos banheiros.
Sinceramente, banheiro de convento é igual camarim de grupo de dança. Uma nojeira só!
Irmã do Céu tinha mania de tomar caldinho todo dia às 22:00hs. E o caldinho tinha que ser fresco. O que acontecia? Euzinha tinha que ficar na cozinha pra fazer o caldinho da bruxa. Na primeira semana eu fiz de boa, não reclamei. Mas nas semanas seguinte foi enchendo o saco ter que fazer e servir a sopa da véia.
Resolvi me vingar! Já que eu tinha que fazer a sopa, a sopa iria ganhar um tempero especial.
Certa vez fiz um sopão caprichado para Irmã do Céu. Coloquei tudo que ela não merecia dentro dela e as coisas que ela merecia.
No convento nem sempre temos tempo para lavar nossos cabelos e os meus eram lavados apenas uma vez por semana. Cortei uma mecha do meu cabelo e resolvi cozinhar com eles.
Enquanto eu fazia meu sopão caprichado, coloquei essa mecha de cabelo para curtir junto com o caldo, fora as cuspidas e escarradas que eu dava dentro da panela.
A “sopinha” especial de Irmã do Céu estava pronta. Escolhi a vasilha mais bonita, a bandeja mais bonita e o paninho mais bonito e fui lá levar pra véia.
Quando entrei no quarto a bruaca abriu os olhos e ficou maravilhada com tanta belezura, tudo arrumadinho no capricho. Ela tomou o caldinho e toda hora elogiava, eu ficava lá com vontade rir mas não podia, somente agradecia a cada elogio.
Me divertia ver aquela velha escrota tomando uma sopa feita com vários excrementos, mas minha diversão acabou de repente. A velha resolveu passar mal ao final da sopa, começou a tremer, a virar os olhos, a babar.
Eu vendo aquilo sai correndo do quarto e gritava nos corredores:
- Socrorol, socrorol, Irmã do Céu tá tendo um orgasmo, ajuda gente!

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