segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Aniversário de Raimundinho.

Após tomar um banho gelado e esfriar a crica e a cabeça, achei melhor não me entregar a Raimundinho no dia de seu aniversário.
Na verdade eu queria mesmo era sair daquele convento, a convivência com aquele monte de mulher já estava me fazendo mal. Vocês não sabem o que é ficar em um lugar com mais de cem mulheres e todo mês metade delas estarem de TPM. Nem reza dá jeito nelas.
Eu ia esperar a festa de Raimundinho passar e depois iria pedir para Madre Superiora tirar eu e minha amiga Lucineuda de lá. Já sabia como fazer isso.
Chegou o dia da grande festa de Raimundinho, o convento estava todo decorado, a iluminação estava toda montada e Irmã Rosário iria ficar no comando das pick-ups. Ia bombar essa festa.
Estava terminando de passar minha chapinha quando Lucineuda entrou no quarto:
- Mulé anda rápido, não quero perder um minuto dessa festa.
- Já to indo querida, só vou terminar de alisar o pixaim.
- A Madre comprou vinte caixas de cerveja e a metade de um boi, essa festa vai ser muito boa.
- Ô se vai. Vai ser um churrascão daqueles. É hoje que eu vou encher o cú de carne.
Chegamos ao pátio do convento, tudo estava muito lindo! O som estava altão, o jogo de luzes fantástico, tinha até raio laser. Mas o ponto alto da noite seria o show com a Gretchen. Para quem não sabe a Gretchen era tipo a Lady Gaga daquela época. Bombava!
Eu havia colocado uma roupinha discreta, afinal estávamos em um convento, por isso resolvi ir bem básica, um shortinho enfiado no rego, um sutiã vermelho, um bolerinho preto e, logicamente, minhas botas de salto alto e fino. Quando vi as outras irmãs vestidas, me arrependi de não ter ousado mais. Será que elas iriam me chamar de careta?
Resolvi não me importar com o que elas iriam pensar, acendi um cigarro, peguei uma cerveja e fui procurar uma lingüiça para por pra dentro, estava faminta.
Por um momento senti remorso por querer sai dali, nunca havia visto as irmãs tão animadas e felizes.
Eu ainda não havia visto Raimundinho, estava louca para que ele chegasse logo e nada.
De repente Irmã Rosário corta o som, as luzes se apagam e o canhão seguidor é direcionado para a escadaria do convento, eis que surge Raimundinho!
Quase tive um piripac naquela hora. Ele estava lindo demais! Usava uma calça preta coladinha ao corpo, uma camisa, também preta, entreaberta que mostrava todo seu peitoral e botas pretas. Gizuis me socorre, ele estava a cara do Sidney Magal!
Virou aquela muvuca a festa, as freirinhas se empurravam para dar os parabéns a ele e para terem a chance de tocar aquele corpo, nunca que eu ia meter no meio delas para falar com ele. Fiz melhor do que isso.
Peguei uma garrafa de cerveja, coloquei-a no meio do pátio, pedi luz somente para mim e pedi a Irmã Rosário que tocasse “Na boquinha da garrafa”.
Comecei minha apresentação, todas ficaram quietas me assistindo. Eu descia na boca daquela garrafa com tanta desenvoltura que até a Gretchen ficou com inveja de mim. Quando chegava perto da garrafa eu dava uns tremiliques em minhas ancas que até cego via.
Terminou a música, fui muito aplaudida e comecei a cantar “Happy Birday” que nem a Marylin Monroe fez para o presidente Kennedy, só que quando terminei de cantar dei um beijo de língua tão profundo em Raimundinho que tive a impressão de ter lambido as amígdalas dele.
As freirinhas vibraram com minha interpretação.

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