terça-feira, 27 de julho de 2010

E foi se tornando tão viciante...

Não conseguia tirar meu primeiro orgasmo da cabeça. Comecei a pensar nele noite e dia, gente que sensação boa foi aquela? Como pude ficar tanto tempo sem conhece-lo?
Andar de ônibus tornou-se um vício, todo dia eu tinha que ir do Alvorada até a rodoviária. Terminava de almoçar, pedia para Dulcinha lavar a louça e lá ia eu toda serelepe dar uma volta na rodoviária. A ida era chata, confesso, o ônibus estava sempre vazio, mas a volta...
Eu sou uma mulher muito exigente, para ser fiel a algo tenho que testar bastante antes. Alguns homens não tinham os ombros bons para minha inocente brincadeira e quando eu encontrava alguns desses anotava em meu caderninho as características dele para não errar novamente.
Passados alguns meses eu já sabia o nome de todos os passageiros do ônibus e quais deles davam barato e os que não davam. Todos no ônibus também me conheciam e me chamavam carinhosamente de Dorete Ombrinho.
O mais engraçado é que algumas mulheres não pegavam esse ônibus de jeito nenhum. Pelo que ouvi falar na fila era porque havia uma piranha vagabunda que ficava se esfregando nos homens e gemendo. Eu acho que essas senhoras estavam confundindo o ônibus pois eu, que sempre ficava em pé, olhava por toda a extensão do ônibus e nunca achei essa tal mulher. Devia ser mais uma daquelas lendas urbanas.
Certo dia entrou um passageiro novo no ônibus. Era um Cáucaso descendente, alto, com belos olhos verdes e um sorriso de garoto propaganda de Super Córega.
Sempre joguei limpo com todos os passageiros do ônibus. Sempre deixei bem claro para eles que se entrasse algum novato eu tinha por obrigação fazer o test-drive do ombro novo e que não iria admitir nenhuma cena de ciúme por parte dos passageiros antigos e que quem fizesse qualquer ceninha ficaria 1 mês sem sentir o olor da minha crica.
O ônibus saiu do Box da rodoviária e lá fui eu me posicionar estrategicamente no ombro do bonitão. 1ª marcha, 2ª marcha, 3ª marcha... ai que delicia.
Enquanto eu fazia a esfregação costumeira os demais passageiros ficavam na torcida me dando apoio, eles sempre gritavam:
- “Vai Dorete, vai Dorete, vai Dorete”.
Eles eram uns amores de pessoas.
Eu sempre gozava faltando 500 metros para chegar à minha parada, mas com esse homem foi diferente, com ele eu gozei após 500 metros da rodoviária!
E fiquei gemendo, urrando, revirando os olhinhos, babando nos 1.500 metros seguintes e todos no ônibus achando estranho eu deitada no chão e me retorcendo.
Só me lembro de ter gritado:
- “Puta que Pariu, esse ombro é fodão! Eu to louca caralho, to tendo múltiplos!”
Nesse momento todos os passageiros se levantaram e começaram a me aplaudir.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dia de Compras.

Adorava ficar nessa brincadeirinha com Seu João. Era uma coisa inocente, eu abaixava ele olhava e só. Nunca que eu iria ter alguma coisa com aquele homem, apesar daquele cheiro de cavalo dele me deixar extremamente umedecida. Além do mais eu era amiga de Dona Dulce e não iria magoá-la.
Eu e Dulce conversávamos bastante, nos tornamos aquele tipo de “amigas quase irmãs”, entre nós não havia segredos, pelo menos da parte dela não havia da minha eu não posso garantir. Dulce sempre me ajudava nos afazeres domésticos, quando eu lavava a louça ela enxugava e vice-versa. Fazíamos quase tudo juntas.
Certa vez resolvemos ir a um centro de compras, o único da cidade, tomar um sorvete. Dulce sugeriu que fossemos com o motorista dela mas eu achei melhor ir de ônibus e Dulce se empolgou toda, afinal era a primeira vez que ela teria tal experiência. Fiquei pasma quando ela me disse que nunca havia andado de ônibus. Realmente gente rica não conhece os prazeres da vida.
Saímos de casa, que ela cismava de chamar de Alvorada, e fomos até o ponto de ônibus. Ela ficou toda feliz por eu ter ensinado-a a fazer sinal pro buzão. Entramos no baú nos sentamos e fomos tagarelando até chegarmos à rodoviária. Paramos em um pastelaria e comemos pastel com caldo de cana. Subimos as escadas rolantes e nos dirigimos ao Conjunto Nacional.
Eu nunca havia entrado ali, gente, que lugar lindo! Tantas lojas, tantos restaurantes. Aquilo era a verdadeira visão do céu. Pessoa chiques e bonitas andando para lá e para cá cheias de sacola, enfim era o sonho de qualquer pessoa ir a um lugar desses.
Passamos a tarde toda nos divertindo lá, compramos algumas coisinhas e voltamos à rodoviária para pegar o buzão de volta. Aquela rodoviária estava o caos, lotadaça. A fila de espera do ônibus que íamos pegar estava dando voltas, por sorte conseguimos embarcar.
Nem preciso falar que o ônibus estava lotado. Os trabalhadores suados da construção civil estavam retornando a seus lares depois de um longo e trabalhoso dia de trabalho. Como eu sou baixinha e não conseguia alcançar aquele negócio que o povo segura que fica perto do teto, eu colocava minhas delicadas mãozinhas para segurarem no encosto do banco. De repente um senhor bem apessoado e com trajes civis encostou-se atrás de mim, o que fez com que eu me chegasse um pouco mais para frente ocasionando, sem eu querer, uma leva fricção de minha crica no ombro do senhor que estava sentado. O senhor de trás foi se chegando mais e mais e em determinado momento eu já estava sem poder desencostar minha crica dos ombros do senhor sentado.
Ao mesmo tempo que me sentia incomodada com tal pressão sobre minhas nádegas eu me sentia feliz pela esfregação ombral que fazia no outro senhor. Dulcinha estava ao meu lado mas nem percebeu o que estava acontecendo. O balançar do ônibus ajudava bastante no processo de fricção, fui ficando umedecida e um fogo foi tomando conta do meu corpo. Que sensação gostosa.
Quando o ônibus passou sobre um buraco foi o ápice. Instintivamente comecei a gemer alto, eu e o senhor bem apessoado que estava me relando. Gememos gostoso que nem aquelas atrizes fazem nos filmes de sem-vergonhice.
Por um minuto o ônibus ficou em silêncio e todos olharam para mim. Eu, fina e educada como sempre, berrei:
- Que que é hein caralho? Nunca viram uma mulher gozando não?



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os Dias Depois do Day After

A vida fora do convento era algo que eu nem sonhava que existia. Eu e Lucineuda estávamos aproveitando tudo.
Angélica foi legal ao me dar alguns dólares, realmente eles foram muito úteis. Eu e Lucineuda resolvemos sair daquela cidadezinha do interior e mudamos para Brasilia.
Gentem, que cidade linda! Era tudo tão enorme que eu me sentia uma baleia no meio do oceano.
Fomos morar em uma pensão no Plano Piloto. Me falaram que lá que morava as pessoas ricas da cidade, e gente rica não gosta de fazer faxina, vi ali uma boa oportunidade de emprego.
Passávamos o dia indo e vindo a pé pela W3 Sul, adorava ver aquelas lojas grandes e chiques. Meu sonho era ter muito dinheiro para poder gastar na Bi-Ba-Bô, na Fofi e na Casa Nordeste. E esse sonho eu iria realizar.
Em uma dessas andanças conheci a mulher de um General que me deu uma chance de trabalho, era tudo que eu precisava. Foi nessa época que eu e Lucineuda nos afastamos.
Comecei a trabalhar na casa desse povo, só que eu achava tão estranho ela não falar com o marido, bem devia ser normal esse tipo de coisa. Rico gosta muito de inventar.
A casa deles era esquisita, uma coisa enorme e branca com uns arcos doidos e cheia de vidro. Eu limpava aqueles vidros todos os dias somente para agradar Dona Dulce que era uma pessoa super pétala. Tão boazinha aquela senhora, nunca me esqueci dela.

Tinha uma piscina tão linda em frente a casa e eu adorava nadar despida nela quando era dia de lua cheia. Adorava saber que a lua refletia em minhas nádegas firmes e carnudas.
Já o marido de Dona Dulce era meio estranho. Ao invés de criar cachorro e gato que nem todo mundo, ele criava cavalos. Vai ver ele era dono de um companhia de carroça na cidade.
Quase não via Seu João pela casa, ele gostava muito de ficar numa granja meio afastada da cidade. Para mim ele era um desses safados enganadores de esposa. Falava que ficava na granja pra cuidar dos cavalos, mas que eu saiba em granja se cria galinha! Sei muito bem as éguas que freqüentavam o estábulo dele...
Certo dia Seu João apareceu em casa. Dona Dulce havia saído e estava somente eu lá. Ele começou a puxar papo. Conversa vai, conversa vem percebi de relance que Seu João estava interessado em meu corpo. Eu, somente para provocá-lo, deixava sempre cair alguma coisa perto dele para me abaixar majestosa e pegar. Nesse dia descobri como são bons os joguinhos de sedução.
O velho babava como se estivesse tendo um ataque epilético e isso me deixava bastante excitada. Resolvi apelar de vez e derrubei uma coisa que nem me lembro mais o que era e me abaixei com vontade. Seu João só não viu meu útero se não quis. Mas limitou-se somente a dizer:
- Muito bonita sua calcinha preta Dorete.
Olhei fundo nos olhos dele, passei a língua nos lábios e respondi:
- Eu não uso calcinha, John!


quarta-feira, 7 de julho de 2010

The Day After.

Cerveja não dá ressaca, o que dá ressaca é misturar cerveja com cigarro. Putz, eu tava ruim no dia seguinte. Nunca bebi e fumei tanto como na festa de Raimundinho. Para completar ainda tive que agüentar a Madre Superiora entrando em meu quarto que nem uma vaca louca, pisando forte e gritando.
- Irmã Dorete sua piranha, acorda que quero lhe falar.
- Bom dia para a senhora também Madre Superiora.
- Não se faça de santa sua vagaba! A senhora acha bonito o que fez ontem à noite?
- Se a senhora estiver se referindo a minha dança com o vasilhame de cerveja, pode ficar tranqüila que lhe ensino a dançar nela depois...
- Eu não estou falando disso sua vadia do inferno. Estou falando do chupão que você deu em Raimundinho.
- Ai Madre, relaxa e goza. Foi apenas um beijinho de feliz aniversário e além do mais...
- Além do mais o que sua mulher da vida? Você quer desmoralizar esse convento? Eu dirijo esse convento com mão de ferro a mais de 30 anos e não vou aceitar que uma qualquer jogue nosso nome na lama. Você terá o castigo justo para isso que você fez. A partir de agora você irá lavar todos os nossos 365 banheiros todos os dias, duas vezes ao dia por um ano.
Gente, na boa! Alguém merece ser acordada por uma jararaca enciumada só porque eu peguei o filhinho dela? Claro que não, né? Mas deixei ela dar o escândalo dela de boa. Eu já tinha meu ás na manga, estava apenas esperando o momento certo.
- Madre, tenho algo para lhe falar.
- Cale essa sua boca imunda sua prostituta de cais de porto. Eu ainda estou falando!
Minha cabeça parecia que ia explodir com aquela doninha berrando, resolvi falar logo o que eu queria.
- Madre, eu vou sair desse convento. Eu e irmã Lucineuda!
- Você está drogada Irmã Dorete? Sabe quando vocês duas sairão daqui? NUNCA!
Era a hora!
- Ô Angélica, na boa...
A Madre Superiora ficou pálida, calou-se e limitou-se apenas a falar:
- Você me chamou de quê?
- Angélica, querida. Não é esse seu nome? Pois é, então. A parada é a seguinte: Eu e minha amiga Lucineuda iremos sair desse convento. Aqui já deu o que tinha que dar, já curti o bastante e agora quero alçar vôos mais altos.
- Sua prostituta!
- Helloooow... Angélica, câmbioooo! A quem você está chamando de prostituta? É a mim ou é àquela “santinha” que arrumou um macho lá fora, trouxe ele pra cá, embuchou dele e pariu escondido lá no porão? Querida, eu sei de tudo!
- Não, não é possível! Você está mentindo.
- Ah, pára Angélica! Deixa eu te dar a idéia. Eu ainda sou virgem, você não é. Eu sou apertadinha e você é arrombadinha, portanto você vai autorizar a nossa saída e ponto final. Ah sim, vai preparando o enxoval porque você vai ser vovó!
Falei isso e me dirigi à janela, acendi um cigarro e fiquei olhando para o céu. Ela ainda teve forças para perguntar:
- O que você está fazendo aí olhando para o céu?
- Aí maluca, estou procurando a estrela de Belém, tenho que ir embora antes dos três reis magos chegarem...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Aniversário de Raimundinho.

Após tomar um banho gelado e esfriar a crica e a cabeça, achei melhor não me entregar a Raimundinho no dia de seu aniversário.
Na verdade eu queria mesmo era sair daquele convento, a convivência com aquele monte de mulher já estava me fazendo mal. Vocês não sabem o que é ficar em um lugar com mais de cem mulheres e todo mês metade delas estarem de TPM. Nem reza dá jeito nelas.
Eu ia esperar a festa de Raimundinho passar e depois iria pedir para Madre Superiora tirar eu e minha amiga Lucineuda de lá. Já sabia como fazer isso.
Chegou o dia da grande festa de Raimundinho, o convento estava todo decorado, a iluminação estava toda montada e Irmã Rosário iria ficar no comando das pick-ups. Ia bombar essa festa.
Estava terminando de passar minha chapinha quando Lucineuda entrou no quarto:
- Mulé anda rápido, não quero perder um minuto dessa festa.
- Já to indo querida, só vou terminar de alisar o pixaim.
- A Madre comprou vinte caixas de cerveja e a metade de um boi, essa festa vai ser muito boa.
- Ô se vai. Vai ser um churrascão daqueles. É hoje que eu vou encher o cú de carne.
Chegamos ao pátio do convento, tudo estava muito lindo! O som estava altão, o jogo de luzes fantástico, tinha até raio laser. Mas o ponto alto da noite seria o show com a Gretchen. Para quem não sabe a Gretchen era tipo a Lady Gaga daquela época. Bombava!
Eu havia colocado uma roupinha discreta, afinal estávamos em um convento, por isso resolvi ir bem básica, um shortinho enfiado no rego, um sutiã vermelho, um bolerinho preto e, logicamente, minhas botas de salto alto e fino. Quando vi as outras irmãs vestidas, me arrependi de não ter ousado mais. Será que elas iriam me chamar de careta?
Resolvi não me importar com o que elas iriam pensar, acendi um cigarro, peguei uma cerveja e fui procurar uma lingüiça para por pra dentro, estava faminta.
Por um momento senti remorso por querer sai dali, nunca havia visto as irmãs tão animadas e felizes.
Eu ainda não havia visto Raimundinho, estava louca para que ele chegasse logo e nada.
De repente Irmã Rosário corta o som, as luzes se apagam e o canhão seguidor é direcionado para a escadaria do convento, eis que surge Raimundinho!
Quase tive um piripac naquela hora. Ele estava lindo demais! Usava uma calça preta coladinha ao corpo, uma camisa, também preta, entreaberta que mostrava todo seu peitoral e botas pretas. Gizuis me socorre, ele estava a cara do Sidney Magal!
Virou aquela muvuca a festa, as freirinhas se empurravam para dar os parabéns a ele e para terem a chance de tocar aquele corpo, nunca que eu ia meter no meio delas para falar com ele. Fiz melhor do que isso.
Peguei uma garrafa de cerveja, coloquei-a no meio do pátio, pedi luz somente para mim e pedi a Irmã Rosário que tocasse “Na boquinha da garrafa”.
Comecei minha apresentação, todas ficaram quietas me assistindo. Eu descia na boca daquela garrafa com tanta desenvoltura que até a Gretchen ficou com inveja de mim. Quando chegava perto da garrafa eu dava uns tremiliques em minhas ancas que até cego via.
Terminou a música, fui muito aplaudida e comecei a cantar “Happy Birday” que nem a Marylin Monroe fez para o presidente Kennedy, só que quando terminei de cantar dei um beijo de língua tão profundo em Raimundinho que tive a impressão de ter lambido as amígdalas dele.
As freirinhas vibraram com minha interpretação.

Dia de folga.

Vou fazer que nem a Dona Ju, ao invés de escrever vou colocar um vídeo de música.


domingo, 4 de julho de 2010

El tiempo pasa.

Como diria Mercedes Sosa, a do bumbo, Passam os años. E passaram-se 6 anos.
Eu agora já era um mocinha linda e formosa. Meus peitinhos já estavam crescidos e já chamavam a atenção das irmãs sapatonicas que viviam do outro lado do convento.
Raimundinho também havia crescido, e muito! Estava com um peitoral lindo, todo trabalhado no carrinho de mão e no saco de cimento.
Quando eu olhava para ele sem camisa trabalhando no galpão que estava sendo construído, minha crica coçava.
E toda vez que minha crica coçava, eu ia rezar para afastar as tentações da carne. Mas era incrível, eu não conseguia me concentrar na reza.
Comecei a perceber uma movimentação estranha naquele dia. A Madre Superiora estava muito agitada, já havia chamado Seu Raimundo duas vezes a sua sala.
Como eu era uma menina muito discreta e curiosa resolvi seguir o jardineiro caso a Madre o chamasse novamente. Não demorou muito para isso acontecer...
Segui discretamente seu Raimundo, ele entrou todo desconfiado na sala da Madre – “Aí tem coisa” – pensei, quase não acreditei no que meus ouvidos ouviam.
-Rai, amanhã é aniversário de Raimundinho, estava pensando na gente sair, dar umas voltas, comer umas pizzas. O que você acha AMOR?
Amor? A Madre o chamou de Amor? Mas que safada! Dando em cima do pai do meu futuro marido?
- Não sei Angélica, tenho que falar com Raimundinho antes. Mas ele vai achar estranho esse passeio.
- Ó Rai, se você soubesse o tanto que me arrependo de nunca ter dito a Raimundinho que eu era mãe dele...
O QUE??? Gente, eu to engomada! Três revelações bombásticas em apenas dez minutos.
1. A Madre dava pro Seu Raimundo!
2. A Madre é mãe de Raimundinho!
3. A Madre se chamava Angélica!
Sai correndo dali, feito louca, alucinada e criança.
Estava feliz, muito feliz! Se a Madre tinha dado pro Seu Raimundo então eu poderia dar para Raimundinho.
E eu iria fazer isso naquela noite mesmo. Eu iria trepar com Raimundinho!

Gozou?

Rapidamente os médicos chegaram, Irmã do Céu não estava tendo um orgasmo, a véia tava era com indigestão.
Lucineuda veio ter comigo:
- Muié, foi tu né?
- Oxi, eu o que?
- Tu que botou coisa na comida da véia, né?
- Fala baixo muié! Fui eu sim! Essa irmã tava muito folgadinha pro meu gosto.
Irmã do Céu foi levada para o hospital, pelo menos nos próximos dias nós estaríamos livres dela.
No dia seguinte enquanto me dirigia para a cozinha vi os jardineiros cuidando do jardim e fui ter um dedo de prosa com eles. Eu sou uma pessoa muito tímida, não sabia como puxar papo, então me veio um idéia: Ia fingir que havia perdido algo no jardim! Cheguei ao jardim e comecei a “procurar”. O jardineiro mais novo veio falar comigo.
- Bom dia irmã, perdeu alguma coisa? Posso ajudar?
- Pode sim meu bom moço. Eu perdi meu OB aqui ontem, você o achou?
Terminei de falar isso e percebi que o menino havia corado, sim gente, ele era um menino.
- Ah menino, deixa pra lá... eu vou lavar esse aqui que eu to usando mesmo. Qual seu nome? Qual sua idade?
- Meu nome é Raimudinho irmã, tenho 12 anos.
- Muito prazer Raimundinho, meu nome é Dorete. Me responda uma coisa: Vocês cuidam de violetas?
- Não irmã, eu e meu pai somos homens. Não cuidamos de violeta não!
- Ai que alívio. Bem, tenho que ir. Se por um acaso você achar meu OB pode jogar ele fora, tá?
Eu estava com as pernas tremendo. Não era fácil para uma moça tímida como eu puxar conversa com um menino.
Mas ao mesmo tempo eu estava feliz, Raimundinho era um menino muito bonito.

sábado, 3 de julho de 2010

Alguns dias depois...

Os dias no convento foram passando, aquele lugar não era tão ruim como eu pensava, afinal não ter que usar calcinha por baixo do hábito já é uma boa coisa.
Fiz amizade com todas as irmãs e noviças que haviam por ali, sempre fui uma mulher de muitas amizades, incrível como todo mundo quer ser meu amigo.
Lucineuda vivia comigo para cima e para baixo, éramos um grude só, fazíamos tudo juntas. Mas uma amizade verdadeira e sem interesses incomoda muita gente e a nossa amizade começou a incomodar Irmã do Céu.
Irmã do Céu era uma coisa de outro mundo. Essa com toda certeza do mundo nunca tinha visto uma bilola.
Vai ver que era por isso que era tão amargurada, ser apertadinha incomoda um pouco, ser apertadíssima então...
Irmã do Céu começou a nos perseguir e para me sacanear me colocou para fazer os serviços de cozinha e colocou Lucineuda para fazer a faxina nos banheiros.
Eu não sei o que era pior, cozinhar para aquelas mulheres ávidas por carne – todo tipo de carne – ou limpar as cacas que elas faziam nos banheiros.
Sinceramente, banheiro de convento é igual camarim de grupo de dança. Uma nojeira só!
Irmã do Céu tinha mania de tomar caldinho todo dia às 22:00hs. E o caldinho tinha que ser fresco. O que acontecia? Euzinha tinha que ficar na cozinha pra fazer o caldinho da bruxa. Na primeira semana eu fiz de boa, não reclamei. Mas nas semanas seguinte foi enchendo o saco ter que fazer e servir a sopa da véia.
Resolvi me vingar! Já que eu tinha que fazer a sopa, a sopa iria ganhar um tempero especial.
Certa vez fiz um sopão caprichado para Irmã do Céu. Coloquei tudo que ela não merecia dentro dela e as coisas que ela merecia.
No convento nem sempre temos tempo para lavar nossos cabelos e os meus eram lavados apenas uma vez por semana. Cortei uma mecha do meu cabelo e resolvi cozinhar com eles.
Enquanto eu fazia meu sopão caprichado, coloquei essa mecha de cabelo para curtir junto com o caldo, fora as cuspidas e escarradas que eu dava dentro da panela.
A “sopinha” especial de Irmã do Céu estava pronta. Escolhi a vasilha mais bonita, a bandeja mais bonita e o paninho mais bonito e fui lá levar pra véia.
Quando entrei no quarto a bruaca abriu os olhos e ficou maravilhada com tanta belezura, tudo arrumadinho no capricho. Ela tomou o caldinho e toda hora elogiava, eu ficava lá com vontade rir mas não podia, somente agradecia a cada elogio.
Me divertia ver aquela velha escrota tomando uma sopa feita com vários excrementos, mas minha diversão acabou de repente. A velha resolveu passar mal ao final da sopa, começou a tremer, a virar os olhos, a babar.
Eu vendo aquilo sai correndo do quarto e gritava nos corredores:
- Socrorol, socrorol, Irmã do Céu tá tendo um orgasmo, ajuda gente!

A Chegada

A Chegamos ao convento, papai e mamãe foram falar com a Madre Superiora.
Eu estava tão eufórica que nem cabia em si de tanta alegria.
A Madre Superiora era uma mistura de saco de velho com mulher com TPM.
Toda enrugada, sizuda e com cara de quem nunca tinha visto uma rola na vida.
Mais tarde eu descobri que estava errada...
Enquanto eles estavam discutindo o meu futuro chegou mais um casal com sua filha. A Madre Superiora mandou que eles entrassem para conversarem todos de uma vez.
A garota era meio tímida e eu como era muito conversadeira fui logo puxando papo.
- Por que você veio para cá?
- Papai e mamãe querem que eu me torne noiva do Senhor.
- Ué, tem homem aqui? Nossa que convento moderno.
- Do Senhor Jesus, todas as irmãs são noivas do Senhor.
- Peraí, eu não quero casar agora não. Sou jovem demais para isso, eu vim para cá para aprender a voar.
- Voar? Você é louca?
- Claro que não! Vai me dizer que você nunca viu a Noviça Rebelde?
Nesse momento mandaram-nos entrar na sala. Ficaram todos calados para ouvirem a Madre Superiora falar.
- A partir de agora vocês duas esquecerão o mundo lá fora. Trabalharão em conjunto com as outras irmãs e serão fiéis ao Senhor. Me obedecerão mais que a seus próprios pais e farão tudo que lhes for pedido.
Me senti uma verdadeira escrava branca nesse momento. Como pode Papai e Mamãe fazer isso comigo? Eu, uma criança com o mundo todo para conhecer ser confinada em um convento com um monte de mulheres enrugadas e mal amadas?
Mas tudo bem, melhor ir para o convento do que tomar uma surra de papai.
Nos deram uns vestidinhos para usarmos e um negócio para colocar na cabeça, não era o capacete que a noviça rebelde usava, mas já era um bom começo.
Eu e Lucineuda, minha amiga, fomos com Irmã Glória para nossos aposentos. Irmã Glória parecia ser legal, era uma gordinha daquelas alegres aliás toda gordinha é alegre, deve ser efeito das gorduras trans que elas engolem.
Passando pelos corredores do convento vi dois homens cuidando do jardim. Por um instante fiquei feliz, ali naquele lugar havia homens, mas por outro lado fiquei com medo. Aonde já se viu homem de verdade cuidando de plantinhas? Vou ficar de olho e se eu ver que eles cuidam de violetas, então os esquecerei de vez.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Festa de Dorete

Após o incidente durante a festa, papai e mamãe foram ter comigo no quarto. Os dois estavam completamente transtornados, como que a filha caçula deles podia ter dito tantos palavrões em apenas 10 segundos?
Aonde foi que eles erraram? O que eles diriam para os parentes para justificar tamanha falta de educação de uma criança de apenas 9 anos?
Mamãe queria que papai me desse uma surra daquelas de ficar um mês de cama, mas papai foi mais malvado do que isso, ele decidiu que iria me mandar para um convento!
Meu Deus, meu Deus, o que eu fiz para merecer tamanho castigo? Papai costumava resolver tudo na base da surra, se ele decidiu me mandar para um convento devia ser uma coisa bem pior do que apanhar de vara de marmelo.
- Você irá para um convento Dorete. Aprenderá a se comportar direitinho e nunca mais falará um palavrão em sua vida. A única salvação para você nesse momento é virar uma noviça!
Noviça? Eu ouvi bem? Eu, uma noviça?
Uma imensa alegria tomou conta de minha pessoa, eu iria virar uma noviça! Uma noviça voadora!
Beijei papai e mamãe e agradeci a eles por isso.
Caralho véi, no final de contas eu ainda fui presenteada!

Minha Infância.

Quando eu era criança, eu era pequena.
E como eu era pequena papai e mamãe sempre deram muita atenção a minha pessoa.
Eu era a caçula da casa, meus irmão e irmãs eram mais velhos que eu.
Papai sempre foi um homem muito rígido, não admitia que sua filhas fizessem coisas que as filhas de nossos vizinhos faziam.
Não podíamos usar calça, tínhamos que ter cabelos longos, não podíamos namorar e o pior de tudo: Não podíamos falar palavrão!
E o que me deixava muito puta da vida era que lá em casa somente os homens podiam falar palavrão, meus irmãos sempre tinham um "caralho" na boca pronto para ser solto a qualquer momento.
Papai falava que mulher que falava palavrão era mulher-dama.
Dama, mulher-dama!
Essa palavra me fazia sonhar, ser uma dama devia ser uma coisa maravilhosa, essa palavra é bonita demais.
Talvez por essa proibição de papai é que tenha aflorado em mim o desejo de ser uma profunda conhecedora da arte palavronica.
Eu adorava ouvir o pessoal falando palavrão. Quando íamos à feira nem me ligava muito nas bananas, nos pepinos, nas mandiocas.
Gostava mesmo era de ouvir os feirantes falando “Puta que Pariu”, “Caralho”, “Vai se fuder” e o mais belo de todos: “Buceta”!
Buceta é um palavrão lindo! Você enche a boca para falar e ele parece que incha na boca como que forçando a saída. É um palavrão que preenche qualquer lugar aonde ele é dito.
Um certo dia, durante uma festa de família, derramei o suco que estava no copo em minha frente.
Foi o suficiente para eu falar um belo e sonoro “Buceta”.
Nessa hora todos pararam e ficaram me olhando.
Eu vendo o perigo que estava correndo soltei sem querer um “Puta que pariu, agora fudeu tudo”!
Só me lembro dos meus irmãos indo socorrer mamãe que tinha desmaiado, minhas irmãs chorando e rezando pensando que mamãe havia morrido, minhas tias tampando os ouvidos pensando que eu falaria mais algumas coisa, meus tios rindo da situação, vovô e vovó sem entender nada pois não ouviam direito e papai mandando eu ir para o quarto.
Caralho, nesse momento eu percebi que a palavra tem poder.

Curriculum Vitae

Meu nome é Dorete Dias, já entrei na casa dos "enta", três filhos do meu primeiro casamento, casada duas vezes, um amante.
Sou "Personal Assistant to House", faxino de segunda a sexta.
Moça humilde, discreta e sincera.
Vim de uma família também humilde, tenho 2 irmãs e 2 irmãos.
Meu sonho era virar dotora ou madama, mas enquanto ele não se realiza continuo faxinando.
Meu primeiro marido se chama Raimundinho que é o pai de meus filhos.
Júnior é meu filho mais velho, Waleska Kattyane minha filha do meio e Juninho é meu caçula.
Meu amante se chama Manoelzinho, carroceiro, casado, três filhos e é meu vizinho.
Meu segundo e atual marido se chama Jorge, é empresário do ramo de estacionamentos.
Ele vigia carros em frente a uma igreja evangélica que está bombando atualmente.
Minha melhor amiga é Lucineuda, que além de amiga é minha "cúmadi", é madrinha de Juninho.
Lucineuda, ou "cúmadi", é casada com Irineudo o qual ela carinhosamente chama de Bebê.
Ainda tem Miguel que é meu cunhado e que é casado com Birinicia.
Miguel e Birinicia moram no mesmo lote que eu. Jorge fez uns comodos para eles morarem.
Apresentações feitas, então boa leitura.