quarta-feira, 7 de julho de 2010

The Day After.

Cerveja não dá ressaca, o que dá ressaca é misturar cerveja com cigarro. Putz, eu tava ruim no dia seguinte. Nunca bebi e fumei tanto como na festa de Raimundinho. Para completar ainda tive que agüentar a Madre Superiora entrando em meu quarto que nem uma vaca louca, pisando forte e gritando.
- Irmã Dorete sua piranha, acorda que quero lhe falar.
- Bom dia para a senhora também Madre Superiora.
- Não se faça de santa sua vagaba! A senhora acha bonito o que fez ontem à noite?
- Se a senhora estiver se referindo a minha dança com o vasilhame de cerveja, pode ficar tranqüila que lhe ensino a dançar nela depois...
- Eu não estou falando disso sua vadia do inferno. Estou falando do chupão que você deu em Raimundinho.
- Ai Madre, relaxa e goza. Foi apenas um beijinho de feliz aniversário e além do mais...
- Além do mais o que sua mulher da vida? Você quer desmoralizar esse convento? Eu dirijo esse convento com mão de ferro a mais de 30 anos e não vou aceitar que uma qualquer jogue nosso nome na lama. Você terá o castigo justo para isso que você fez. A partir de agora você irá lavar todos os nossos 365 banheiros todos os dias, duas vezes ao dia por um ano.
Gente, na boa! Alguém merece ser acordada por uma jararaca enciumada só porque eu peguei o filhinho dela? Claro que não, né? Mas deixei ela dar o escândalo dela de boa. Eu já tinha meu ás na manga, estava apenas esperando o momento certo.
- Madre, tenho algo para lhe falar.
- Cale essa sua boca imunda sua prostituta de cais de porto. Eu ainda estou falando!
Minha cabeça parecia que ia explodir com aquela doninha berrando, resolvi falar logo o que eu queria.
- Madre, eu vou sair desse convento. Eu e irmã Lucineuda!
- Você está drogada Irmã Dorete? Sabe quando vocês duas sairão daqui? NUNCA!
Era a hora!
- Ô Angélica, na boa...
A Madre Superiora ficou pálida, calou-se e limitou-se apenas a falar:
- Você me chamou de quê?
- Angélica, querida. Não é esse seu nome? Pois é, então. A parada é a seguinte: Eu e minha amiga Lucineuda iremos sair desse convento. Aqui já deu o que tinha que dar, já curti o bastante e agora quero alçar vôos mais altos.
- Sua prostituta!
- Helloooow... Angélica, câmbioooo! A quem você está chamando de prostituta? É a mim ou é àquela “santinha” que arrumou um macho lá fora, trouxe ele pra cá, embuchou dele e pariu escondido lá no porão? Querida, eu sei de tudo!
- Não, não é possível! Você está mentindo.
- Ah, pára Angélica! Deixa eu te dar a idéia. Eu ainda sou virgem, você não é. Eu sou apertadinha e você é arrombadinha, portanto você vai autorizar a nossa saída e ponto final. Ah sim, vai preparando o enxoval porque você vai ser vovó!
Falei isso e me dirigi à janela, acendi um cigarro e fiquei olhando para o céu. Ela ainda teve forças para perguntar:
- O que você está fazendo aí olhando para o céu?
- Aí maluca, estou procurando a estrela de Belém, tenho que ir embora antes dos três reis magos chegarem...

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